Conselho de Administração do FMI conclui a quarta e a quinta avaliação, ao abrigo do acordo de Facilidade de Crédito Alargado para a Guiné-Bissau, e aprova o desembolso de 8,1 milhões de USD

28 de maio de 2024

  • A decisão do Conselho de Administração do FMI permite um desembolso imediato de 6,17 milhões de DES (cerca de 8,1 milhões de dólares americanos), para ajudar a satisfazer as necessidades financeiras do país.
  • O desempenho do programa foi mais fraco do que o esperado, em resultado de um contexto sociopolítico e económico difícil.
  • O governo guineense está firmemente empenhado em implementar as políticas subjacentes ao programa apoiado pelo FMI. A prioridade de curto prazo das autoridades é manter a disciplina fiscal e agilizar as reformas estruturais, para fortalecer as instituições e melhorar a governação.

Washington, DC: O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, hoje a quarta e quinta avaliações ao abrigo do acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF) celebrado com a Guiné-Bissau. O acordo trienal, apoiado pela Facilidade de Crédito Alargado, aprovado no dia 30 de janeiro de 2023, visa reduzir a pobreza, garantir a sustentabilidade da dívida, melhorar a governação e reduzir a corrupção, criando simultaneamente espaço orçamental para um crescimento inclusivo. A conclusão da quarta e quinta avaliações permite o desembolso de 6,17 milhões de DSE (cerca de 8,1 milhões de dólares) para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento da balança de pagamentos e das finanças públicas do país, o que eleva o montante dos desembolsos totais, ao abrigo do acordo, para 19,44 milhões de DSE (cerca 25,7 milhões de dólares).

Na conclusão da quarta e quinta avaliações, o Conselho de Administração concedeu dispensas de cumprimento dos critérios de desempenho não atingidos, de final de setembro de 2023 e final de dezembro de 2023. Além disso, o Conselho de Administração aprovou o pedido de alteração das condicionalidades do programa e o pedido de conclusão da avaliação das garantias de financiamento. O Conselho de Administração aprovou ainda o pedido das autoridades de reescalonamento do acesso e de criação de uma avaliação trimestral adicional, para uma data de teste em abril de 2024.

O crescimento económico foi resiliente em 2023, atingindo os 4,3%. A inflação global média situou-se nos 7,2% e teria atingido a casa dos dois dígitos, não fossem os cortes fiscais sobre os combustíveis e os alimentos, e os subsídios ao preço do arroz, introduzidos no final de 2023. O défice da conta corrente cifrou-se nos 8,6% do PIB, em resultado do grave choque nos termos de troca. O défice orçamental global ficou-se nos 8,2% do PIB, sendo estimada uma dívida pública de 80,2% do PIB, em 2023. O futuro passará pela tomada de ações decisivas para a manutenção da disciplina fiscal e redução da dívida pública, criando simultaneamente condições para agilizar as reformas em matéria de governação e outras reformas estruturais que sustentem o crescimento inclusivo.

No seguimento da reunião do Conselho de Administração, o Sr. Bo Li, Diretor-Geral Adjunto e Presidente Interino do Conselho, fez a seguinte declaração:

“Não obstante os desafios impostos pelo contexto económico e político difícil, nomeadamente a instabilidade política, os choques nos termos de troca, o aumento acentuado da inflação dos produtos alimentares e as condições financeiras regionais restritivas, os esforços das autoridades da Guiné-Bissau para restabelecer a solidez das políticas económicas são dignos de louvor. Continuar com a implementação de reformas fiscais e manter a trajetória de consolidação orçamental, ao abrigo do programa apoiado pelo FMI, será crucial para garantir a sustentabilidade da dívida, reforçar a estabilidade financeira e criar o espaço orçamental necessário para aplicar as políticas de desenvolvimento.

“O desempenho do programa na quarta e quinta avaliações combinadas foi mais fraco do que o esperado, sobretudo em virtude de derrapagens nas políticas, no final de 2023, e do atraso na implementação de reformas pelo anterior governo. Ainda assim, o novo governo demonstrou estar fortemente comprometido com o programa, tomando medidas concretas para fazer face aos desvios à sua execução. As cinco ações prévias foram concluídas e foram implementadas medidas para mobilizar receitas adicionais, reduzir subsídios não sustentáveis, e apertar o controlo da despesa não prioritária e da massa salarial.

“A implementação bem sucedida da estratégia de consolidação orçamental é crucial para reduzir as vulnerabilidades e reduzir a elevada dívida pública. Fundamental também será a mobilização de receitas, alcançada sobretudo por via da redução da despesa fiscal, de melhorias na administração tributária e do alargamento da base tributária. No lado da despesa, impõem-se medidas de controlo da despesa não prioritária, sem deixar de garantir a proteção da população mais vulnerável. Além disso, a fim de mitigar os riscos à sustentabilidade da dívida, terá de garantir-se uma gestão da dívida pública prudente e a busca por apoio financeiro em doações.

“É imperativo ser mais rigoroso na implementação das reformas estruturais, por via do reforço do quadro de luta contra a corrupção, do aumento da transparência, da melhoria do Estado de direito e do combate às debilidades do setor financeiro. As autoridades devem ainda dar continuidade às medidas de supervisão das empresas públicas, incluindo as do setor energético, para mitigar os riscos orçamentais.

Departamento de Comunicação do FMI
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