Reunião do Grupo Consultivo Africano: Declaração do Presidente do Grupo de Governadores Africanos e da Diretora-Geral do FMI

1 de abril de 2021

Washington, DC: O Sr. Ministro Domitien Ndihokubwayo, Presidente do Grupo de Governadores Africanos, e a Sra. Kristalina Georgieva, Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), co-presidiram a reunião do Grupo Consultivo Africano hoje, na sede do FMI [1] . Emitiram a seguinte declaração após a conclusão da reunião do Grupo em Washington:

“Tivemos discussões muito produtivas sobre os desafios para África e as perspetivas de recuperação. A África mantém-se a braços com a emergência sanitária da Covid-19, que desencadeou o pior choque económico em décadas e fez milhões de pessoas caírem na pobreza. Espera-se que o Norte da África cresça mais rapidamente, impulsionado por uma tendência de alta nos países exportadores de petróleo e em aqueles cuja inoculação da população se passe mais precocemente. Este ano, a recuperação da África Subsariana deverá ser muito mais lenta do que em outras regiões. O legado da crise será provavelmente duradouro, pois não se prevê que os rendimentos per capita de muitos países regressem aos níveis pré‑crise antes de 2025.

“Sair da crise com segurança e recolocar a África na sua trajetória de convergência pré-crise requer políticas internas cuidadosamente calibradas e um apoio mais forte por parte da comunidade internacional.

“A prioridade máxima continua a ser o aumento significativo da capacidade de produção de vacinas e a aceleração da sua distribuição em África, incluindo através do financiamento adequado da COVAX para agilizar a cobertura da imunização e suplantar o objetivo inicial de cobrir 20% da população até ao final de 2020. Também é essencial dar prioridade a políticas que ajudem a proteger os meios de subsistência e os grupos vulneráveis, bem como a colmatar as lacunas educativas que se aprofundaram devido ao encerramento de escolas, por meio de apoio orçamental e de liquidez devidamente calibrado e orientado.

“Políticas transformativas reforçariam a recuperação de África e facilitariam a sua transição para uma trajetória de crescimento mais resiliente, verde e inclusivo. Estruturas orçamentais de médio prazo credíveis e bem calibradas podem contribuir para a reconstrução do espaço orçamental e a resolução de vulnerabilidades da dívida, o que exigirá o aumento da mobilização de receitas internas, a melhoria da eficiência da despesa, inclusivamente através de sistemas de governação e de gestão das finanças públicas mais robustos. A melhoria do capital humano e o reforço do ambiente empresarial poderão estimular a produtividade e atrair o investimento privado. O avanço do comércio e da integração através da implementação do Acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental Africana e o aumento do investimento em tecnologias digitais e infraestruturas resistentes ao clima contribuirão para criar empregos para a força de trabalho jovem e crescente de África.”

O Ministro Ndihokubwayo salientou que será necessário um financiamento adicional substancial para que África possa cumprir os seus principais objetivos de desenvolvimento. Apelou à comunidade internacional que intensifique o seu apoio a África para que o continente possa atravessar a pandemia e libertar o seu vasto potencial, incluindo a sua reserva de jovens talentos.

A Diretora-Geral Georgieva reiterou que o FMI está empenhado em apoiar os passos das autoridades no sentido de pôr fim à crise e regressar a uma trajetória desejável de desenvolvimento.



[1] O Grupo Consultivo Africano (GCA) é formado pelos Governadores do FMI de um subconjunto de 12 países africanos pertencentes ao Grupo de Governadores Africanos (ministros das finanças e governadores de bancos centrais de África) e pela Direção do FMI. Criado em 2007 para reforçar o diálogo de políticas entre o FMI e o Grupo de Governadores Africanos, o GCA reúne-se à época das Reuniões de Primavera, ao passo que a Direção do FMI se reúne com todos os membros do Grupo de Governadores Africanos à época das Reuniões Anuais.


Departamento de Comunicação do FMI
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